9 de mai. de 2007

Odisséia Cotidiana

Olhares perdidos, semblantes cansados.

Tumulto, aperto, desconforto, indiferença.

Filas intermináveis, empurrões, confusões.

As mãos firmem seguram no apoio, equilíbrio é fundamental. Conversas paralelas formam um mutuado de palavras que não fazem sentido.

Alguns se retiram dali através da musica, outros conseguem se deixar lavar pela leitura, grande parte se deixa vencer pelo sono e adormecem, acomodados em bancos duros, balançando no ritmo intenso da viagem.

Não há nomes, são raros os sorrisos.

Parecem fantasmas, mas são pessoas. Pessoas tratadas como gado, mas ainda pessoas. Algumas vendendo, outras pedindo, poucos escutando. Todos tentando sobreviver.

O relógio dita a velocidade do passo, a pressa é companheira inseparável. Pressa para ir, pressa para voltar. Depois do sufrágio, da correria, do aperto, dos empurrões, do calor sufocante, dos cochilos, enfim o objetivo é alcançado. Chegamos em casa.

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