Uma tarde fria, típica da capital paulista, onde uma leve garoa e um vento gelado causavam arrepios nas pessoas que, de pé, aguardavam na plataforma. Todos os olhares se voltam para um infinito de trilhos que adentra a rua. Entre todos os presentes, a expectativa é grande. De repente um apito estridente quebra o silêncio e anuncia sua chegada. Uma nuvem de vapor recai sobre a plataforma e o cheiro de lenha queimada se espalha pelo ar. Quando a nuvem se dissipa, se pode admirar a antiga locomotiva. A “velha senhora” como é chamada pelos antigos maquinistas, que a conduziam pelo interior do estado até a descida da serra do mar, levando café, riquezas, lembranças e histórias.
A cena da chegada da Maria Fumaça, corriqueira até a segunda metade do século XIX, hoje já não faz mais parte do cotidiano da cidade. Mas de terça a domingo é possível revivê-la no Memorial do Imigrante, em São Paulo, onde os visitantes podem embarcar em uma antiga locomotiva de 1910 e percorrer um trecho do Brás até a Mooca. Uma viagem que, apesar de durar poucos minutos, atravessa mais de cem anos de história.
A cena da chegada da Maria Fumaça, corriqueira até a segunda metade do século XIX, hoje já não faz mais parte do cotidiano da cidade. Mas de terça a domingo é possível revivê-la no Memorial do Imigrante, em São Paulo, onde os visitantes podem embarcar em uma antiga locomotiva de 1910 e percorrer um trecho do Brás até a Mooca. Uma viagem que, apesar de durar poucos minutos, atravessa mais de cem anos de história.
A HISTÓRIA
A máquina pertenceu a São Paulo Railway, empresa inglesa que em 1867 implantou a primeira estrada de ferro do estado de São Paulo, ligando o interior paulista ao porto do santos, de onde nosso café ganhava o mundo e gerava riquezas aos fazendeiros. Essa estrada, hoje chamada de Santos – Jundiaí, trouxe um grande impulso econômico para a cidade. Além disso, a presença inglesa deixou traços marcantes na nossa cultura.
Com o progresso e a prosperidade, pessoas das mais variadas partes do mundo vieram para o Brasil a fim de trabalhar na estrada de ferro ou nas fábricas instaladas em suas margens. Esses imigrantes desciam no porto de Santos, embarcavam na locomotiva e chegavam até o bairro da Mooca, onde na Rua Visconde de Parnaíba, localizava-se um prédio imponente, de arquitetura neoclássica – típica influência inglesa – com a fachada alaranjada e belos jardins em sua entrada. Tratava-se da Hospedaria dos Imigrantes, lugar que servia de moradia para esses imigrante nos primeiros meses no país.
UM LAR
Nesse local eles recebiam atendimento médico, faziam refeições, eram cadastrados e encaminhados para industrias ou fazendas que os contratavam. Hoje, no local funciona o Memorial do Imigrante, e nas suas salas, através de objetos e documentos guardados e preservados, é contada um pouco da história dessas pessoas.
Nas salas, estão expostos objetos antigos e curiosos como à antiga cadeira de dentista, ou a máquina fotográfica, peças de vestuário e muitas fotos. Peças que mostram como era a rotina das pessoas que chegavam ao país. Além disso é possível também fazer consultas sobre dados de imigração antiga.
Cada sala é uma viagem no tempo. Nas fotos de imigrantes expostas, o que chama atenção são as expressões registradas. Um misto de esperança e sofrimento, de quem se aventurou por meses em alto mar, em busca de algo melhor. Ainda pode-se ver uma exposição de carros antigos e uma réplica de casa de fazenda, destinadas aos trabalhadores estrangeiros.
Nas salas, estão expostos objetos antigos e curiosos como à antiga cadeira de dentista, ou a máquina fotográfica, peças de vestuário e muitas fotos. Peças que mostram como era a rotina das pessoas que chegavam ao país. Além disso é possível também fazer consultas sobre dados de imigração antiga.
Cada sala é uma viagem no tempo. Nas fotos de imigrantes expostas, o que chama atenção são as expressões registradas. Um misto de esperança e sofrimento, de quem se aventurou por meses em alto mar, em busca de algo melhor. Ainda pode-se ver uma exposição de carros antigos e uma réplica de casa de fazenda, destinadas aos trabalhadores estrangeiros.
O TREM
Mas o grande atrativo do lugar é sem duvida o passeio de trem. A antiga locomotiva possui um vagão correio, vagão de segunda classe e o vagão varanda, lugar destinado aos mais nobres, bem espaçoso e com cadeiras amplas e confortáveis.
Os funcionários atuais usam roupas idênticas às usadas pelos funcionários da inglesa, apelido pelo qual a empresa era conhecida. Os visitantes também podem se vestir com roupas da época, o que faz com que a imaginação nos remeta ainda mais aquele tempo.
Dentro do vagão da segunda classe, as marcas SPR gravadas por toda a parte mostram a presença inglesa. Tudo é bem rústico. As cadeiras de madeira são duras, o teto todo talhado a mão, o assoalho claro, com algumas frestas por onde é possível ver os trilhos correndo.
Os trens são mantidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Abepef, uma Ong sem fins lucrativos que trabalha a 12 anos restaurando as máquinas e promovendo passeios culturais e históricos. Todos os funcionários são voluntários, e trabalham de graça, mas engana-se quem acha que alguém reclama. “O prazer de vir aqui é insubstituível. Fazemos por amor, para manter a história de São Paulo viva” afirma Clóvis Castilho, ex-ferroviário que revive seus bons tempos de maquinista operando a velha senhora, “esse é um patrimônio que não tem preço. É daqui que o passado veio”.
Outras informações no site www.memorialdoimigrante.sp.gov.br
Os funcionários atuais usam roupas idênticas às usadas pelos funcionários da inglesa, apelido pelo qual a empresa era conhecida. Os visitantes também podem se vestir com roupas da época, o que faz com que a imaginação nos remeta ainda mais aquele tempo.
Dentro do vagão da segunda classe, as marcas SPR gravadas por toda a parte mostram a presença inglesa. Tudo é bem rústico. As cadeiras de madeira são duras, o teto todo talhado a mão, o assoalho claro, com algumas frestas por onde é possível ver os trilhos correndo.
Os trens são mantidos pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Abepef, uma Ong sem fins lucrativos que trabalha a 12 anos restaurando as máquinas e promovendo passeios culturais e históricos. Todos os funcionários são voluntários, e trabalham de graça, mas engana-se quem acha que alguém reclama. “O prazer de vir aqui é insubstituível. Fazemos por amor, para manter a história de São Paulo viva” afirma Clóvis Castilho, ex-ferroviário que revive seus bons tempos de maquinista operando a velha senhora, “esse é um patrimônio que não tem preço. É daqui que o passado veio”.
Outras informações no site www.memorialdoimigrante.sp.gov.br